sexta-feira, 24 de junho de 2011

O dia em que os 5 sentidos pararam

Bom pessoas, não sei exatamente as datas das minhas aventuras, mas pode ter certeza que elas são BEM reais e aconteceram de verdade.

Hoje vou fazer diferente e explorar os 5 sentidos, ou destruí-los de uma vez... rsrs

Era uma vez, uma mocinha muito simpática que precisava mudar de emprego, então ela aceitou o desafio de se meter em uma selva de pedra até então desconhecida (Campinas). Como descobrir os endereços? Google maps e muita disposição nos pés. A vergonha você pode deixar em casa também. Às vezes ela se perdia, mas como quem tem boca vai a Roma, logo ela encontrava o seu caminho.

Mas como nem tudo é perfeito, a mocinha precisava pensar nas mil possibilidades. Levava sempre consigo um papel com o endereço do lugar, ruas de referência, um lanchinho caso o almoço falhasse, celular com bateria e créditos, Band Aids, óculos de sol, papel e caneta, e disposição. Há! Dinheiro também é importante.

E vamos que vamos, entrevistas atrás de entrevistas. Andar? Não! Caminhar? Não! Correr? Talvez! Até hoje não sei de onde tirei tanta vontade e esforço. Acho que quando colocamos um objetivo e precisamos atingi-lo, a força de vontade te faz ir atrás, mesmo que seu corpo esteja cansado e sua mente exausta.

Comecei o post para falar de um assunto, mas o texto acabou tomando outro rumo, e prefiro deixar assim, quem sabe alguém precisa ler isso desse jeito.

Quando estamos na faculdade, o sonho do mercado de trabalho é tão lindo, você acredita e se ilude que as coisas serão tão fáceis e que será super prazeroso aguentar a rotina de segunda à sexta. Bom, nem sempre é assim. Você se sente o dono da razão, porque você estudou e você sabe tudo. Mentira! Você não sabe nada! Você acredita que fará sucesso logo, que logo verão seu potencial. Mas acredite, terá dias em que você vai escrever um texto e seu chefe vai olhar feio.

Você pensa que assim como na faculdade você fará seus trabalhos nos tempos vagos, então não precisa organizar seu tempo, mas na realidade, no dia a dia, você lutará com o relógio. Mas no final do dia você não vai querer levar trabalho pra casa. E o horário de ir embora demora muito, e você verá que o horário de almoço passa ainda mais rápido que o intervalo da faculdade.

Trabalhando você não pode matar dias de trabalho, como mata dias de aula. Não poderá conversar a hora que quiser. Se o trabalho for chato, você não vai poder sair e voltar quando acabar. Você vai poder usar o telefone, mas terá dias que não vai aguentar mais ele tocando no seu ouvido.

Você vive reclamando dos professores que podam suas ideias, que são quadrados, que não pensam fora da caixa, ou são muito exigentes. Que SAUDADES dos professores! Você vai ter clientes que não irão aceitar suas ideias; clientes que querem X por mais inútil que seja pra ele  mesmo que o Y compense mais; clientes que destruíram seu planejamento em menos de 10 minutos e te deixam sem fala; clientes que nunca vão entender o seu conceito; clientes que gostam de você de primeira, e outros que não! Clientes que SEMPRE tem razão. SEMPRE, não esqueça. Clientes que te oferecem um lanchinho e clientes que te fazem perder o almoço e a janta. E às vezes perder a hora de ir embora.

Enfim, o mercado de trabalho não é um sonho. Você vai procurar emprego igual um louco, ir a mil entrevistas, encher os pés de calos (acredite, ainda mais se você for mulher). Você vai chorar, vai dormir no ônibus de cansaço. Vai pensar que sua cama é o melhor lugar do mundo. Vai acordar aos domingos no mesmo horário que acorda durante a semana, porque o corpo acostumou com a rotina. Vai comer bem, vai comer mal, ou nem vai comer alguns dias.

Vai se estressar, e muito! Vai ter que engolir sapo, vai levar bronca, vai se decepcionar, vai se sentir um inútil, vai tomar na cara, vai engolir o orgulho publicitário que você alimentou por 4 anos. Vai ter ainda mais olheiras, e elas ficarão mais fortes na sexta-feira. Vai dizer que sabe fazer, mas na hora vai correr pro Google te salvar.

Vai ter muita coisa ruim.

Mas vai chegar um dia, que você vai achar um emprego que você vai amar. Não sei em quanto tempo isso vai acontecer ou se vai ser fácil ou difícil. Mas você não se importará de fazer horas a mais, as horas vão passar voando e você nem vai sentir. Mas isso não acontecerá todos os dias. Mas você terá seu dinheiro. SEU! SEU! E de mais ninguém. Claro que você tem responsabilidades e tem que suas pagar contas. Mas um dia você vai bancar suas viagens sozinho (a)! E depois apenas contar como foi, porque foi do seu jeito, da sua maneira, do seu gosto. Vai ter dias que você vai precisar tomar um copinho de café, porque do contrário você vai cair na sua mesa de sono.

Você vai chegar o final da semana com um sentimento inexplicável de satisfação e felicidade juntos. Claro que você estará cansado, mas ainda terá um sorriso no rosto. E depois que se acostumar com a rotina, as coisas irão se tornar mais fáceis e normais. E deve ter muito mais benefícios que eu ainda não descobri, mas irei descobrir com o tempo.

Mas até que você chegue nesse estado de espírito, se prepara meu querido (a), porque vai ralar. E não tenha vergonha de contar isso, afinal que graça terá conseguir as coisas boas, se você não passou pelas difíceis, na realidade você nem conseguirá dizer que estão boas.

Você vai ter que trabalhar num prédio sem reboco, apenas no tijolo por muito tempo. Aí depois você vai pra uma sala mais ajeitada, apertada, mas com reboco e pintura. E no final você estará num prédio com elevador, se divertindo com as cadeiras novas que estão chegando. Se você já entra com as cadeiras novas, então meu querido, você não saberá saboreá-las, apenas achará bonito.

Muitas coisas acontecem para te preparar para outras. Eu vivi poucas aventuras de busão por enquanto, mas agora, me sinto feliz por elas, e morro de rir quando me lembro das histórias, coisas, experiências que ficaram guardadas com carinho, lembrando a fase em que eu amadureci muito. 

Afinal amadurecer não precisa ser um processo doloroso, tente ver a comédia antes da tragédia.

E quem sabe, um dia nos vemos em algum ônibus por aí...


3 comentários:

  1. Todo mundo sabe que eu patrocinei esse texto né? rs

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  2. Também sinto tanta falta da faculdade, e principalmente dos sonhos q os professores sempre nos faziam voltar a realidade e colocar os pés no chão... hehehe!

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